Review Yelling 2 U - yell

19/11/2021

Antes de começar a review, eu vim dizer que não consegui baixar a imagem da capa da mixtape, então cliquem aqui para serem redirecionados.

Voltando ao projeto, Yelling 2 U é uma mixtape de 10 faixas 100% instrumental que visa discutir identidade (tanto artística quanto pessoal), e como o próprio yell disse: [...] meu trabalho é focado em sons, não em letras, então todas as músicas são sobre sentimentos a serem sentidos não sobre palavras a serem ditas. Sendo um álbum alternativo totalmente instrumental, não poderei fazer essa review do jeito que sou habituado em fazer, logo, não conseguirei dizer o que achei de faixa por faixa, mas ainda assim vou destacar algumas.
Começando logo pela primeira, Maranhão serve mais como uma intro de um universo cyberpunk no qual a Arca manda e desmanda nele, não indo muito além para não deixar a música ruim mas se contendo para não nos revelar de imediato como que vai ser o resto da mixtape, e isso se segue pela 2ª faixa intitulada Globalization, que é uma música mais profunda e dark sem perder o que as outras 8 faixas da mixtape nos esperam. Na 3ª faixa intitulada Altaria eu sinto que ele se inspirou no pokémon, bem mais que o próprio título da faixa, eu consigo imaginar que onde quer que o pokémon lendário fique para não ser encontrado tenha essa energia de clima tenso.
Saltando pra 5ª música da mixtape intitulada %%%%%, é uma música muito... fofa? Sendo honesto aqui com todos vocês: eu não consigo sair dela, não consigo mesmo. Eu não ironicamente adicionei ela a minha playlist de músicas baixadas no Spotify... claro que tive que esperar pra poder baixar legalmente, enfim.
Rewind Fully Formed nós já sabíamos como era por ter sido lançada a um tempo atrás e termos uma ideia de como seria o Yelling 2 U, e essa sendo em seguida da %%%%% dá uma cortada TÃO forte no conceito cute e fofolete da anterior que eu fico triste pois queria sentir a vibe mais um pouco... qualquer coisa eu dou repeat. Voltando a 6ª música, RFF volta ao conceito da intro e da segunda faixa que é: não mostrar muito pra dar um ar de curiosidade no ouvinte, e em Shouters (7ª música do disco) segue e ao mesmo tempo não segue a linha da faixa anterior, sendo um grande acerto como um todo em uma mixtape que tem diversos acertos nos quais não se sobressaem um em cima do outro. E Shouters é uma non-stop song, ou seja, a música de fato não acaba, ela dá um gancho pra música seguinte e na outra música acaba, e essa outra música em questão é Ragnarök.
Ragnarök significa 'destino fatal dos deuses' ou 'o dia em que acabara os mundos humano e divino', e yell decide transcender o significado da palavra e imagina como seria uma música do fim do mortal e do celestial por assim dizer, e não poderia ser melhor. Imaginar a colisão de dois mundos em um mesmo fim seria esse desconforto gerado pelo... eu não consigo escrever esse barulho, mas quem ouvir vai entender o que estou falando.
Ego Game é a penúltima faixa e eu não vou me estender muito nessa aqui não; pois eu não gostei. O Jogo de Ego achei meio desconexa do resto da obra, deixando claro que não é ruim. Agora a décima e última faixa chamada Peter's Husband é uma música fofa também, consigo imaginar que esse é o sentimento que o menino Peter tem pelo seu marido, e com uma música com pegada mais otimista se encerra o disco.


Considerações Finais: O projeto também fala sobre amor queer e raízes nordestinas (sim, esqueci de falar), e ele é muito bem desenvolvido na questão do amor queer e de se sentir o que escuta o instrumental, mas além disso você pode interpretar de outras vias: como um universo pokémon cyberpunk que a Arca manda, por exemplo, mas isso sem perder a discussão principal que gira em torno de identidade artística e pessoal. Artistas independentes seguem fazendo mais e melhor que artistas grandes e choca absolutamente ninguém, ansioso pelos próximos projetos do yell.

Nota: 9,0/10

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