Review Bruxa - KRYARTURA
Como sou uma bee chá Pitchfork, eu fico querendo ouvir coisas e músicas novas, e sim, coisas. O 'último álbum' da iggy foi mais um compilado de coisas do que músicas. Mas no geral eu sou um viciado em música, tanto que criei o blog, e aqui eu não quero falar só do que tá em alta, quero falar do que eu gosto principalmente, e agora nesse post eu irei falar da artista trans não-binária, KRYARTURA.
Como deu pra perceber, eu simplesmente odeio álbuns curtos, mas tenho muita dificuldade em ouvir álbuns longos, exemplo disso é o DONDA que tem 27 faixas e eu só terminei de ouvir enquanto fazia a review, isso é uma questão minha, claro, problema meu e apenas meu. O Bruxa é um álbum longo, 25 faixas, sendo mais preciso, mas como sempre irei destacar apenas algumas.
O Bruxa é um álbum eletrônico/alternativo, logo, não vai ser do agrado de muitas pessoas e a intenção não é essa, a intenção é fazer o que gosta e refinar sua arte sempre, o público vir conforme a KRY (sim, chamo ela de kry, se acostumem) vai lançando seus trabalhos é resultado, e isso se amplifica mais quando tomamos conhecimento de que ela é uma artista 100% independente e ela faz o corre dela praticamente - se não - sozinha. Sem mais enrolação, vamos começar a review com a primeira faixa:
• Abra Seus Olhos: A primeira faixa serve mais como uma intro do disco, e na própria intro a KRY comenta sobre como ela fez o álbum pra ela antes de fazer pro público, que o importante é a sensação de ter colocado suas ideias e sentimentos pra fora e se mantendo fiel a elas acima de tudo, e isso é verdade. Como ela mesma fala: nem todo mundo sabe fazer música, nem todo mundo sabe cantar, nem todo mundo sabe fazer poesia e tá tudo bem. Existem diversos artistas que sabem fazer instrumentais de música e isso é a música e trabalho deles, o importante é encontrar uma maneira de se identificar no que está ouvindo.
• Eu Te Odeio/Shot The Figure - Remix (ft. YARKANJEL): Segunda música do disco e temos a KRYARTURA falando daquela pessoa nojenta que mais parece um teste de resistência a sua paciência e sanidade, enquanto tem um funkzinho de leves embalado no fundo e versos em inglês cantados por YARKANJEL. They're serving.
• Gravidade (ft. TAVIO TK): Quarta faixa do disco e essa é pesada queridos, essa você ouve embalado numa vibe enquanto considera a hipótese de tirar a roupa. Chique. Toda a música encaixa, a batida sensual, o menino tavio cantando sobre como se aproximar daquela pessoa mas sem muita certeza, a KRY usando os últimos versos de Eu Te Odeio meio disfarçadamente ao fundo, e por sinal isso se repete em algumas faixas além dessa.
• Macabrona (ft. HHEENNRRII): Quinta música e ela faz jus ao nome: é macabrona mesmo, acho que se você ouvir essa naqueles jogos creepy de Lavander Town você sente a vibe com gosto. A música não é ruim, deixando bem claro, ela é boa e única no que ela se propôs a fazer, mas é macabrona, nessa aqui a KRYARTURA junto do HHEENNRRII falam 'vamos botar pra *censura*' e foram mesmo.
• Papo Reto (ft. LUNGA): Oitava música do disco e essa é o Eu Te Odeio: parte 2. LUNGA e KRY continuam odiando a outra pessoa, mas enquanto estão curtindo a vida deles e observam o outre espumando de ódio. Minha favorita do disco gente, licença.
• Panelaço Maniac Episode - Remix (ft. gugatwos): Nona música e aqui é, bem, um panelaço eletro. É literalmente um panelaço trabalhado na eletrônica. Aqui eu sinceramente acho que vai além muito além de ser bom ou não e sim ser engraçado, e eu achei engraçado, parece muito uma coisa que a Rata.inc usaria ou faria, eu amei muito essa.
• Eu Te Odeio: Décima terceira faixa do disco e essa aqui é a versão original da segunda faixa e eu estou chocado na mente da KRYATURA meus amores, a gente tá acostumado em ouvir a versão original depois a remixada, aqui foi o inverso e eu achei de uma sagacidade... eu não tenho palavras pra essa aqui, mais ainda porque a versão original é calminha, eu tô besta. Se essa moda pegar na grande indústria vocês se preparem viu.
• Elu - Remix (ft. Yell): Décima quarta faixa do álbum e aqui é muito 'curtindo a brisa olhando pro pôr do sol', eu achei fofa, muito fofinha, muito fofolete, obrigado por tudo KRYATURA e Yell.
• Panelaço: Décima sexta música do álbum e nossa, aqui a KRY transcendeu e pensou "e se a Arca e a Rata.inc tivessem uma filha?" e surgiu Panelaço, ou seja, a KRY é a filha delas, amei. Sinceramente essa aqui eu não gostei mas por questões minhas chamadas: é isso aí. Não que seja ruim, ela é boa, mas apenas não bateu COMIGO.
• Bailão: Vintésima primeira faixa do álbum e aqui eu não sei porque mas encaixaria em um filme brasileiro de comédia. Não me perguntem como que não sei, mas encaixa. A música em si é contagiante, dá muita vontade de dançar, e nem tem uma letra, basicamente é só a batida, o que tem todo um charme.
• Vida: Vintésima quinta faixa do álbum e a última do mesmo, a música é bem alternativa, quase tanto quanto as outras. Isso não é ruim, o triste só é que tem um momento que a KRY fala algo mas parece ser propositalmente inaudível. Acontece né, visão artística dela. Achei muito interessante ela usando o google tradutor pra dar uma palinha aqui nessa música.
Considerações Finais: O álbum como um todo é bom, eu não gostei da última faixa mas acontece, tem (muito) mais faixa boa do que ruim, e ninguém é obrigado a só acertar, a gente aprende isso conforme o tempo vai passando... e eu aprendi fazendo umas reviews aqui que só pelos Deuses hein. KRYARTURA fez um ótimo trabalho aqui e que ainda combinou com o dia que foi lançado: no Halloween, ou seja, KRYARTURA spooky spooky. Torcendo muito para que ela seja notada por alguma gravadora ou artista, já que ela tem boas visões artísticas e com o material certo, ela vai que vai.
Nota: 9.9/10